sexta-feira, 27 de junho de 2008

Cheers!

A vida de todo mundo anda meio agitada ultimamente pra muito bom ou pra ruim demais. Mas hoje fiquei especialmente feliz por perceber que tenho minha própria Samantha e Miranda e Charlotte. E pela primeira vez não me abusei em esperar; bebi tranqüila, paciente e quase saltitante meus goles da bebida rosa até que elas chegassem pra falar de tudo e de nada mais uma vez. Depois a vodca e depois as risadas e as pitangas. Enfim, elas tinham razão, quinta-feira é soooo much better. E se não fossem as fucking regras da ABNT, essa noite teria merecido tantas margueritas e alexanders que eu, certamente, não estaria nesse computador. Fazer o quê, há sempre mais.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Formigando

Formigas cavam seus próprios buracos – ou bueiros - pra depois morrerem afogadas nele numa chuva de São João. Gostam de doce e carregam o peso de um mundo todo quando decidem levar aquelas malditas folhas que pesam mais do que elas mesmas. Podem desaparecer com um peteleco, mas não há meios eficientes que de exterminá-las definitivamente - e aquele prato com água que a gente usa pra afastá-las só adia o problema; ou você come o doce ou já era. E o pior: elas estão por toda parte. Só sentem medo mesmo é do frio. E eu, como sou fervorosamente adepta ao calor, estou com a cabeça formigando hoje. Formigando de pensar nas mesmas coisas durante horas, dias, etc. Os neurônios sentem aquelas cãibras de quem dormiu em cima do braço e não consegue se mexer por algum tempo – por quanto tempo mesmo? Tô com o corpo formigando de passar tantas horas lendo na mesma posição. Tô com a aorta formigando; bem...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Papel Higiênico

Tem dias que você nem percebe o quanto precisa de uma declaração dessas, mas quando ela vem, você se sente tão bem quanto na época dos trabalhos de fotografia. O msn nos surpreende para o mal e para o bem, amigos. Pois é, nesse mesmo primeiro período, nessa mesma aula de espanhol ganhei uma minideclaração dessas em um papel higiênico e, como não posso colá-lo aqui, lá vai meu papel higiênico virtual:

"tu bem sabes que quando me permito e me sinto bem, gosto de fazer as longas viagens de ônibus até minha casa para pensar em coisas necessárias. Fiz isso hoje. E pensei em ti. Aliás, em mim e em você. E, especificamente, em uma aula de espanhol, quando a gente ainda era primeiro período. Uma aula que a gente conversou, conversou, conversou... trocando pedaços soltos de vida de cada uma. Permitindo-se conhecer uma semente de relação, que àquele momento, parecíamos querer semear. Se amizades tivessem um marco, eu diria que o nosso foi aquele momento. De fala baixa, como cochinho, prestando atenção nas palavras novas do outro que se espreme em uma construção de si, para posteriormente, contruir um nós. És assim, sou daquele jeito, silenciadas em nosso distinto afeto, distinto carinho, distinto amor, que por mais distintos que sejam, buscam a conciliação do gostar diferente. Entre dois seres, só assim é possível... entender o gostar de cada um deles para fazer um novo gostar nosso. Que vira amor."
Por Quel Lasalvia

Bora, mô véi!

Ou a cidade parava ou eu tinha um curto circuito.
A semana galerosa começou na quarta, com tudo aquilo pulando nos meus ventrículos: jogo, susto, formação econômica do Brasil, etc. Tinha estado tão nervosa dias antes, matando cachorro a grito, que, conversando com Amanda cheguei à conclusão que a gente sentia falta mesmo era de Gustavo, o nosso professor de Bodycombat.

Semana passada, contudo, o descarrego estava garantido. E peeeelo Sport nada... tudo! E pra quem assistiu pela Globo e acha que a gente não gritou: http://www.youtube.com/watch?v=1j9nWw5A_B4 . Nesse dia, cheguei em casa morta de cansada, acordei no sofá às três da manhã com meu companheiro de jogo dizendo que ia embora. Ok, deplorável. Às oito, o zumbi já revisava. Na quinta, a mesma amiga me cumprimenta com um “feliz dia dos namorados, amor!” e à noite Putz!, luz louca, cuba livre e absinto. Às quatro da manhã caí na cama, às oito trocava letrinhas na revisão.

Sexta eu não vou sair, tá?! Preciso dormir. Acha?! Depois da aula lá estávamos: bar, cerveja, batata, kitsch e Camila tirando onda do back de Seu Jorge: “eu te queria, eu te queria para mim, nhêga não vá!”. Existe algo mais galeroso do que isso? Nhêga! Nhêga?!
O fim de semana foi de cão. Sábado, depois de ter trabalhado o dia todo, ter rodado aquele shopping que não acabava mais e de ter assistido o incrível lá, reuni forças pra ir pro Antigo. “Nós não vamos pagar nada la la la la”. Domingo mais shopping. Sim, era uma overdose, maldita mesa do computador.

Então, já que eu me recusava a parar, na segunda a cidade parou. A água não deixava ninguém sair de casa. É, amigo, a Manguetown é isso. O estágio tava numa ilha. Parei, parei. Tive que parar.
Aí, hoje, mais quieta e aparentemente mais calma, meu bem-sucedido processo de auto-reconstrução interna simplesmente é arranhado por uma besteira, vinte minutos. Besteira daquelas que você sente suas bochechas ficando vermelhas de raiva, mastiga o chiclete com mais força, mas não pode fazer nada. Nem vão te ver mesmo, nem vão te ouvir. Raiva de pensar: eu sabia que isso ia acontecer. “Baby, baby, eu sei que é assim."

Well dears, sei que esse post está lamentável, confuso e infinatamente galeroso, mas é assim. Só queria registrar que parar não funciona pra mim. Desistir não faz parte do meu lado ariano. Moral da história:“booooora mô véi”.

* Homenagem à Mila Lima.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Choveu, choveu e choveu

Há dias que não pára de chover. Muito, muito. Ontem nem saí de casa; cheguei a pensar que ela fosse me inundar. A diagramação me salvou! Hoje, continua chovendo, mas nada que atrapalhe nossas quintas sagradas, de bar e conversa. Ótimo como sempre; pra falar e pra ouvir. Coincidentemente, chove há três anos seguidos em Macondo e, enquanto não termino esse livro de cem mil dias, vou citando o que convém:

"Tinha-os visto ao passar, sentados nas salas com o olhar absorto e os braços cruzados, sentindo transcorrer um tempo inteiriço, um tempo sem desbravar, porque era inútil dividi-lo em meses e anos, e os dias em horas, já que não se podia fazer nada além de contemplar a chuva."
-Gabriel García Márquez

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Quereres

Diante da minha falta de habilidade com as palavras nos últimos dias, do meu estado de vegetal, de UTI acadêmica. Depois das discussões sobre as canalhices dos jornalistas e da filhadaputice dos advogados. Mas principalmente pela identificação com as coisas que essa mulher escreve, resolvi apelar para palavras outras. Taí:

Ando querendo mil coisas diferentes
Um arco de atirar flechas
E as flechas
Uma caneta de escrever letras
E as palavras
E as frases, os livros
As bibliotecas do mundo todo

Ando querendo estudar lógica
Culinária
Inglês, filosofia, história da magia
E um pouco de informática
Pra problemática do dia-a-dia
Onde tudo mais ou menos trava

Ando querendo meus amigos por perto
E uma viagem pelas serras
Pela Europa inteira
Pelas órbitas de qualquer lugar
Ou quaisquer olhos:
Ando querendo tanta coisa
Que a lista é grande e ainda cresce

Mas ando querendo mais
Além de
E através de
E enquanto tudo
Algo que me deixe o coração tranqüilo
Assim como uma mãe ninando um filho

(em: http://www.eunaoseitrigonometria.blogspot.com/)