domingo, 28 de setembro de 2008

She's lost control

A grande novidade! Depois de prontos e acabados, ainda que não consumados, os planos têm mania de ganhar vida própria e brincar de montanha-russa na vida dos outros. Vão e voltam, mudam o caminho, fazem uns caminhos de rato. Meio subversisvos ficam aqueles planos mais certos, mas eles estão no controle agora. E de looping em looping a pessoa levanta os braços, grita e sente o cabelo levantar no vento. Eu sei, baby, provavelmente você vai dizer que minhas esquematizações foram todas para o bueiro, vai dizer aquele velho "I told ya". Mas... fazer o quê? O que seria de mim sem esses planos rebeldes?!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Gelo

E pra que serve o gelo no copo a não ser para esperar a vodca da noite? O dedo roda o gelo, sente o gelado, enquanto a cabeça vai longe [ou a lugar nenhum]. O gelo espera no copo comprido pela vodca, que mais tarde vai descer em goles quentes provocando o primeiro passo do samba. Mas nem se engane, por que no fim da noite ele se derrete.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

"Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece de agir sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. Há um perigo: se reflito demais, deixo de agir. E muitas vezes prova-se depois que eu deveria ter agido.

Estou num impasse. Quero melhorar e não sei como. Sob o impacto de um impulso, já fiz bem a algumas pessoas. E, às vezes, ter sido impulsiva me machuca muito. E mais: nem sempre meus impulsos são de boa origem. Vêm, por exemplo, da cólera. Essa cólera às vezes deveria ser desprezada; outras, como me disse uma amiga a meu respeito, são cólera sagrada. Às vezes minha bondade é fraqueza, às vezes ela é benéfica a alguém ou a mim mesma. Às vezes restringir o impulso me anula e me deprime; às vezes restringi-lo dá-me uma sensação de força interna.

Que farei então? Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei."

Clarice Lispector- O Impulso

Cabô-se!

Até que enfim agosto acabou! Não que eu tenha essas supertições, mas dois anos de agostos desgostosos chama-se: ninguém quer. Além dos percalços que eu prefiro não comentar, ganhei do pessoal lá o apelido de intransigente (como assim?); tive uma briga de irmã com Quelzi; me despedi do meu menino do dedo verde que agora é italiano; parei de ver minhas gossip girls com a mesma freqüência; tive que me acostumar sem Lóu por aqui... é isso. Já no final do mês, as coisas foram melhorando, e eu percebi que essa história de altos e baixos não tinha tanto a ver com o 08, mesmo assim... que venha setembro!