sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Butterflies

Nunca mais consegui dormir antes das 02h da manhã, mas não tô cansada por isso. Recomecei a emocionante vida de pegar ônibus pra ir pra faculdade, mas isso também não tem me cansado tanto. Como venho prometendo desde o começo do ano, voltei a malhar, e isso- apesar da minha questionável resistência física- também não é o motivo do meu cansaço.

Eu cansei foi de planejar. Ou melhor, de não ter o mínimo de controle sobre alguns dos meus ponto de chegada, de procurar feito uma doida falhas nesses planos que tomam meu pensamentos no ônibus, nos livros, anywhere. E eu sei que é inútil planejar assim, tão freneticamente. É energia jogada fora aquela que você desperdiça numa tentativa de prever seus passos a longo, médio e curto prazo. Whatever! Tem coisas que não cabem mais só no meu coração ou na minha cabeça ou nas minhas entranhas. Meu estômago não aguenta mais as borboletas que vez ou outra rodopiam por aqui, as mesmas borboletas que às vezes pousam no meu nariz e pronto; fico concetrada nelas, maquinando um jeito de segui-las até o fim.

Acontece que esse fim tem sido como a casa de Tripa, nunca chega. E, quando eu digo que é nunca, é nunca mesmo. Porque, quando eu penso no que eu quero estar fazendo daqui a um ano, por exemplo, o que e onde eu vou estar estudando, trabalhando ou sei lá o que, quando eu tento seguir essa borboleta, os dias demoram demais a passar. Pior! No meu relógio biológico, setembro, outubro, novembro estão a milhares de anos luz daqui. The same pra a casa de Tripa: quatro ou cinco avenidas conhecidas, praças, orla de Olinda... "Chegou?" Não, siga reto toda a vida e dobre ali no colégio num-sei-quezinho.

Eu não tenho medo de mudanças. Normalmente não me importo de mudar os planos quando o outro me parece ser mais óbvio ou mais produtivo ou confortável. O fato é que, quando se dedica muito tempo a um determinando pensamento em uma coisa, quando já se está perto do fim do caminho, quando você já chegou no fim da orla de Olinda, baby, virar as costas e sair andando pra casa alegre, feliz e com o vento batendo no rosto chama-se: ninguém quer. pr Normalmente, quando desperdiço tanta energia em uma coisa, eu não consigo give up e pronto.

Sei é que tô cansada, mas vou dormir e tentar recarregar as minhas pilhas infinitamente recarregáveis com um pensamento, sentimento, qualquer coisa anti-inércia. Eu não tenho certeza de nada nem muito menos paciência pra isso tudo. Talvez, na vida, a tendência natural de cada fração do todo seja acomodar-se em algum lugar. Tudo vai ficar bem, certo? É exatamente isso que venho planejando.

Um comentário:

Nathália. disse...

Por mais que os planos nos cansem, make us sick, joguem a gente la no fundo do bueiro, onde nenhuma amiga, seriado ou cachaça é capaz de tirar, eles ainda se fazem necessários. Porque planos são sonhos, com gosto de arroz e feijão. Eu ando tão prática e tão aware com a vida, que morro de medo de me tornar uma sínica.
E os sínicos não planejam um encontro que só se vai ter em 3 ou 4 meses..não lembram daquela cara que ele fez naquele dia há tanto tempo atrás, enquanto ouve a mesma música pela milésima vez. Os sínicos vivem sem trilha sonora.

um beijo, maria.